domingo, 24 de julho de 2011

Wynton Marsalis - Standard Time Vol. 4: Marsalis Plays Monk - 1999

Dentre os jazzistas atuais, Wynton Marsalis é, sem dúvida, um dos mais talentosos e dignos de atenção. Nascido em uma família de músicos, seu pai é o pianista Ellis Marsalis, e os irmãos também tocam, como o saxofonista Brandford Marsalis. Mas além da influência paterna, outro mestre do piano admirado por Wynton é Thelonious Monk, homenageado nesse disco em que o trompetista interpreta seus grandes standards, como Brilliant Corners. As diferenças nos arranjos entre as versões de Monk e Wynton são notadas na vivacidade desse álbum, que faz parte da coleção Standard Time do trompetista. Na seleção, destaca-se a versão para Worry Later, com longos solos dos músicos. Assim como as gravações originais, Wynton preza pela dinâmica de Monk e constrói uma interpretação muito bem feita e atual do pianista, acompanhado por Wessell Anderson no sax alto, Walter Blanding Jr. e Victor Goines nos sax tenor e soprano, Wycliffe Gordon no trombone, Reginald Veal e Ben Wolfe no baixo, Eric Reed no piano e Herlin Riley na bateria.

Standard Time, Vol. 4: Marsalis Plays Monk:
1. Thelonious (4:55)
2. Evidence (4:30)
3. We See (3:24)
4. Monk's Mood (3:05)
5. Worry Later (6:20)
6. Four in One (5:53)
7. Reflections (6:19)
8. In Walked Monk (4:27)
9. Hackensack (3:08)
10. Let's Cool One (4:16)
11. Brilliant Corners (4:54)
12. Brake's Sake (7:03)
13. Ugly Beauty (2:43)
14. Green Chimneys (4:42)

Art Tatum - Piano Starts Here - 1995

Quando era criança, Art Tatum aprendeu piano de ouvido, no início do que seria uma sólida carreira no jazz. Tatum era cego de um olho, e sua fama de garoto prodígio de Ohio movimentava uma série de músicos pela cidade que queriam ver o pianista cego virtuoso nos anos 1920. Influenciado por Fats Waller e Earl Hines, Tatum desenvolveu uma maneira de tocar muito particular, com grande habilidade técnica - na época, o stride estava se consolidando no jazz, e Tatum se utilizou desse estilo de tocar piano. Assim, esse disco é um conjunto de standards interpretados pelo pianista, incluindo algumas performances ao vivo e canções as quais Tatum ficou associado, como Tea For Two. Embora não tenham sido gravadas no mesmo período, as faixas se relacionam facilmente, pois a apresentação solo de Tatum e a seleção de músicas acrescentam unidade ao álbum. Talvez por isso seja difícil apontar uma ou outra performance do intérprete, mas vale a pena ouvir como as músicas nas suas mãos são transformadas, com a maestria que o tornou um dos mais influentes pianistas de jazz.

Piano Starts Here:
1. Tea For Two (3:16)
2. St. Louis Blues (2:39)
3.Tiger Rag (2:22)
4. Sophisticated Lady (3:18)
5. How High The Moon (2:32)
6. Humoresque (3:50)
7. Someone to Watch Over Me (3:33)
8. Yesterdays (3:24)
9. I Know That You Know (2:37)
10. Willow Weep for Me (3:14)
11. Tatum Pole Boogie (2:26)
12. The Kerry Dance (1:02)
13. The Man I Love (2:19)

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Charles Mingus - Tijuana Moods - 1962

A julgar apelido 'the angry man', Charles Mingus pode não ter o melhor cartão de visitas. Mas se os clichês que rondam a imagem de gênios musicais tem alguma validade, certamente servem à descrição do grande contrabaixista e compositor, que também se arriscava no piano. Nos anos 1950, Mingus começou a formar sua própria banda, além de tocar com Miles Davis, Duke Ellington, entre outros. E, na década seguinte, lançou seu disco mais conhecido, The Black Saint and the Sinner Lady (1963). Tijuana Moods é anterior, com quase todas as faixas compostas por Mingus, exceto Dizzy Moods de Dizzy Gillespie e Flamingo, de Ed Anderson e Theodor Grouya. Apesar das músicas não se voltarem a um mesmo tema, cada faixa circula por uma variedade de situações, e escapam do previsível até o final do álbum. Na segunda faixa, por exemplo, a banda é acompanhada por Ysabel Morel e suas castanholas, enquanto a última música é construída com um longo monólogo de Lonnie Elder. No meio disso tudo, aparecem temas suaves (como em Tijuana Gift Shop) destrinchados pelos músicos, fazendo de Tijuana Moods um álbum surpreendente.

Tijuana Moods:
1. Dizzy Moods (5:53)
2. Ysabel's Table Dance (10:28)
3. Tijuana Gift Shop (3:50)
4. Los Mariachis (The Street Musicians) (10:23)
5. Flamingo (5:36)
6. A Colloquial Dream (10:56)

domingo, 8 de maio de 2011

Dee Dee Bridgewater - Eleanora Fagan (1915-1959) To Billie With Love From Dee Dee Bridgewater - 2010

Dee Dee Bridgewater é provavelmente uma das últimas divas do jazz, e ainda produz e se apresenta por aí. Como se não bastasse isso, recentemente ganhou seu terceiro Grammy por esse disco em homenagem a Billie Holiday. O repertório não poderia ser mais caprichado, e acompanhando a performance vibrante da cantora há o pianista e arranjador Edsel Gomez, James Carter nos sopros, Christian McBride no contrabaixo e Lewis Nash na bateria. Apresentando ao público seu novo trabalho, Dee Dee participa do projeto Jazz na Fábrica, que ocorreu ontem no Sesc Pompeia, em São Paulo (haverá o segundo round hoje, às 19h), e fez um show inacreditável. A cantora conversou com o público desde o começo - enquanto tentava driblar a arquitetura do palco do Sesc, alternando entre os dois lados do auditório - e não faltou interlocução com as letras carregadas de emoção de Billie Holiday, tampouco com os olhares embasbacados da plateia. Vale destacar os excelentes solos dos músicos que percorrem  toda a sequência desse disco, sem mencionar a propriedade com que Dee Dee domina as canções, tanto as mais alegres como Miss Brown To You até a música-poema Strange Fruit, bandeira contra o racismo desde os tempos de Billie. Mas é imprescindível mencionar Fine and Mellow, uma das experiências mais fortes do álbum. Ouvir Dee Dee Bridgewater é mais que um deleite, e de certo modo a razão disso foi respondida pela própria cantora na apresentação de ontem: music is healing.

Eleanora Fagan (1915-1959) To Billie With Love From Dee Dee Bridgewater:
1. Lady Sings The Blues (3:33)
2. All Of Me (3:01)
3. Good Morning Heartache (5:11)
4. Lover Man (4:43)
5. You've Changed (5:11)
6. Miss Brown To You (2:14)
7. Don't Explain (6:15)
8. Fine And Mellow (4:55)
9. Mother's Son-In-Law (2:48)
10. God Bless The Child (5:13)
11. Foggy Day (4:34)
12. Strange Fruit (4:16)

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Terence Blanchard - Jazz in Film - 1999

Mais conhecido por suas trilhas sonoras nos filmes americanos, Terence Blanchard é um trompetista de Nova Orleans (Estados Unidos) que começou a trabalhar no meio musical nos anos 1980, acompanhando, por exemplo, a banda de Lionel Hampton. E foi durante essa época que o compositor ganhou mais espaço entre os músicos, quando entrou para o grupo de Art Blakey - o Jazz Messengers, no lugar do também trompetista Wynton Marsalis, com quem tocava desde jovem - até decidir por sua carreira solo na década seguinte. No entanto, Blanchard enveredou para a composição, escrevendo para diretores como Spike Lee, e ganhou uma série de prêmios, incluindo alguns Grammy. Atualmente, Blanchard comanda o disputado Thelonious Monk Institute of Jazz e afirma a predileção pela vida de músico. Mas nesse disco o caso é outro, pois Jazz in Film traz grandes títulos do cinema interpretados pelo trompete do americano, sem abandonar no arranjo uma orquestração majestosa que realça a origem das músicas, que não são da autoria de Blanchard (exceto Clockers). Como acontece com a quarta faixa Anatomy of a Murder, escrita originalmente por Duke Ellington, na qual a sugestão de trilha sonora é evidente, mas não se sobrepõe à essa nova leitura de mais de oito minutos conduzida por Blanchard. Já a escolha dos temas é um capítulo à parte: o músico selecionou trabalhos primorosos, que além de Ellington são assinados por Jerry Goldsmith, Quincy Jones, entre outros compositores dos filmes desse disco, a maioria lançados nos anos 1960 e 1970.

Jazz in Film:
1. A Streetcar Named Desire (7:55)
2. Chinatown (8:23)
3. The Subterraneans (9:08)
4. Anatomy of a Murder (8:25)
5. The Pawnbroker (7:03)
6. Taxi Driver (7:12)
7. Dega's Racing World (7:57)
8. Man With the Golden Arm (4:14)
9. Clockers (8:01)

sábado, 30 de abril de 2011

The Johnny Mercer Songbook - Blues in the Night - 1997

Entre os muitos compositores dos anos 1930 a 1950, Johnny Mercer foi um dos mais bem sucedidos, e escreveu letras que passaram repetidamente por intérpretes famosos como Louis Armstrong, Ella Fitzgerald, Billie Holiday. E são justamente figuras como essas que fazem esse disco, uma coletânea de canções de Mercer reservadas a uma seleção primorosa de músicos. Gravadas entre 1952 a 1992, as faixas não apresentam grandes encadeamentos, pela variedade de estilo dos artistas escolhidos. Mas em razão da temática quase sempre romântica das letras, a sequência prima pelas composições bastante conhecidas e características da época, que retratam uma geração de compositores que fizeram sucesso na Broadway e em Hollywood. Mercer foi um deles, tendo indicações ao Oscar (por Jeepers Creepers) e canções interpretadas por músicos que admirava (como Bing Crosby). E foi nesse meio que conheceu Judy Garland, a quem dedica I Remember You. Assim, as músicas desse disco são realmente as mais famosas, como a que dá título ao álbum, Blues in the Night - Ella Fitzgerald também gravou uma versão memorável dessa letra, mas inaugurar o disco com Louis foi providencial para apresentar a capacidade que Mercer tinha para escrever canções melodiosas e difíceis de tirar da cabeça.

Blues in the Night:
1. Blues In The Night (My Mama Done Tol' Me) - Louis Armstrong (5:14)
2. I Thought About You - Billie Holiday (2:49)
3. Come Rain Or Come Shine - Anita O'day (2:16)
4. Hit The Road To Dreamland - Mel Tormé (2:27)
5. Dearly Beloved - Margaret Whiting (2:52)
6. Goody Goody - Buddy Rich (3:16)
7. Skylark - Ella Fitzgerald (3:15)
8. Laura - Billy Eckstine (3:18)
9. Day In-Day Out - Sarah Vaughan (2:19)
10. Early Autumn - Woody Herman (2:54)
11. I Remember You - Dinah Washington (2:45)
12. Any Place I Hang My Hat Is Home - Helen Merrill & Gil Evans (4:58)
13. Too Marvelous For Words - Joe Williams (5:29)
14. Autumn Leaves - Dee Dee Bridgewater (6:51)
15. One For My Baby (And One More For The Road) - Billie Holiday (5:41)
16. Jeepers Creepers - Bing Crosby (2:32)

Fela Kuti & Afrika '70 - Zombie - 1977

Quando o nigeriano Olufela Olusegun Oludotun Ransome-Kuti, ou Fela Kuti, foi morar na Inglaterra, os planos de estudar Medicina foram postos de lado. Na capital britânica, Fela, então com vinte anos, optou pela música e formou a banda que o acompanharia por muito tempo, inclusive nesse disco, embora na época o "Afrika '70" ainda fosse "Koola Lobitos". As mudanças de nome começaram nos anos sessenta, quando o multi-instrumentista entrou em contato com o movimento Black Power. De fato, as questões políticas permearam seu trabalho desde então, e Fela se tornou uma figura importante no cenário nigeriano, tanto para o público que se identificava com sua postura quanto para o governo que pouco aplaudia o alvoroço provocado por ele. Mesmo assim, Fela continuou como ativista político, e Zombie é um exemplo da intrincada relação entre sua música e a resistência que defendia., pois o título do disco e a imagem na capa nada mais são do que uma referência aos representantes das forças armadas da Nigéria. Mas a homenagem foi respondida pelo governo com um ataque à comuna fundada por Fela, a República Kalakuta, episódio que custou a morte de sua mãe. A vida de Fela foi recheada por especulações (a última faixa do disco, por exemplo, é um bônus do Berlin Music Festival, apresentação que ficou conhecida pelos boatos de que Fela Kuti utilizaria o cachê do show na sua campanha presidencial) e enquanto lutava contra o governo vigente produziu uma série de discos. Assim, a popularidade de Fela não se devia apenas ao seu engajamento, pois a fusão de jazz com as tradições africanas, o afrobeat, é muito bem executada e gerou um som próprio e de alta qualidade.

Zombie:
1. Zombie (12:26)
2. Mister Follow Follow (12:58)
3. Observation Is No Crime (13:26)
4. Mistake (Live at the Berlin Music Festival, 1978, Bonus Track) (14:47)

domingo, 24 de abril de 2011

Robert Crumb - Robert Crumb's Music Sampler - 2005

Se o autor da capa desse disco fosse apenas quadrinista, já seria uma figura e tanto. Acontece que Robert Crumb, pai dos quadrinhos undergrounds, também se arrisca como músico, e a tentativa é deliciosamente bem sucedida. Crumb nasceu em 1943, e era bastante jovem quando o LP foi inventado substituindo o disco de goma-laca; porém, tornou-se um colecionador do objeto, e seus primeiros passos como músico foram gravados nesse formato em sua banda R. Crumb & His Keep-on-Truckin' Orchestra - keep-on-truckin', aliás, era o nome de uma de suas tiras publicadas na Zap Comix mais ou menos no início dos anos 70, praticamente um símbolo de otimismo para os hippies americanos. O disco da vez é Music Sampler, uma coletânea do autor desde 72 até 2003, que inclui outras bandas das quais ele participou, como The Cheap Suit Serenaders, The Crumb Family, etc. A primeira faixa, River Blues, reflete o espírito do álbum: uma música suave, introduzida pelo banjo, muitas vezes com letra simples - "I'm ready for the river (...) so get the river ready for me" - mas sempre agradável e com ar de descontração. Get A Load Of This, por outro lado, é mais divertida, e o eu-lírico é um sujeito que briga com a namorada por quase quebrar a mesa da TV, e exalta de diversas maneiras o aparelho que permeia seu cotidiano (TV dinner is the meal that I'm lovin'). E para encerrar, há a romântica Baby Face, música do cantor e ator Bobby Darin de 1962. Mas nenhuma das canções deixa de lado o tom animado de Crumb, e algumas músicas lembram um pouco Django Reinhardt sem o piano e o toque jazzístico. Até porque ambos gravaram Little Buttercup, só que a versão de Django é conhecida como I'll Never Be The Same, graças à letra que Gus Kahn acrescentou à música de Matt Malneck e Frank Signorelli. Sem dúvidas, o Crumb toca despretensiosamente, e mesmo na capa do disco ele se define como um cara cuja carreira musical é "meia-boca". Pura modéstia, porque a despreocupação dele que torna o álbum gostoso de ouvir. Bom, o despojamento com o disco é tamanho que este é adquirido na compra do livro The R. Crumb Handbook, um bônus para se comemorar. Como próprio Crumb define na capa de Music Sampler, obviamente assinada por ele: "depressed? Take up the banjo!".

Robert Crumb's Music Sampler:
1. River Blues (3:25)
2. Wisconsin Wiggles (3:20)
3. Get A Load of This (3:00)
4. Cheap Suit Special (3:20)
5. My Girl's Pussy (3:33)
6. Suit's Crybaby Blues (3:07)
7. Fine Artiste (3:09)
8. Hula Medley (4:18)
9. Wild Horse (2:18)
10. Three In One Two Step (2:09)
11. Creole Belles (2:48)
12. Georgia Camp Meeting (2:46)
13. Cruelle Tendresse (2:59)
14. Valse d'Amour (3:05)
15. Mazurkas (3:12)
16. Schottische (2:05)
17. In the Pines (3:06)
18. St James Infirmary (3:33)
19. Little Buttercup (2:30)
20. Baby Face (2:29)

Alexis Korner's Blues Incorporated - R&B from the Marquee - 1962

Nos anos 1960 londrinos, um dos inegáveis nomes do blues era o francês Alexis Korner. Depois de se mudar para Londres na Segunda Guerra Mundial, quando ainda era criança,  Korner começou a tocar violão e piano, e não passava dos vinte e poucos anos ao entrar para a banda do famoso trombonista Chris Barber. No grupo, conheceu Cyril Davies, um dos precursores da gaita no Reino Unido que canta diversas faixas desse álbum. Bem, o Blues Incorporated nasceu daí, quando Korner e Davies criaram um clube (London Blues and Barrelhouse Club) que abria muitas portas a jovens músicos desconhecidos, principalmente americanos. Depois de já terem gravado juntos, eles formaram a banda de R&B em 1961 com mais quatro músicos, sendo pioneiros desse estilo na região. E o primeiro disco que lançaram é justamente R&B from the Marquee, cujo nome se deve ao Marquee Club de Londres, onde muitas bandas de sucesso já se apresentaram, e onde o Blues Incorporated saltou aos olhos do produtor Jack Good, que os fez assinarem contrato com a Decca Records para a gravação desse álbum. O que resultou disso foi um LP de com doze faixas, que ao ser relançado pela Decca em cd, recebeu como bônus o cover de I'm Built for Comfort, do grande Willie Dixon. Mas essa versão de R&B from the Marquee conta com mais seis faixas extras, de acordo com que a Castle Music decidiu quando remasterizou o disco em 2006. Porém, todas as músicas foram gravadas na mesma época, e trazem ótimas performances de harmônica, violão acústico, e das vozes de Davies, Korner, etc. A banda de Alexis Korner não ultrapassou muitos anos, mas foi importante para o desenvolvimento do Blues no Reino Unido, e esse disco traz um bom recorte dessa época.

R&B from the Marquee:
1. Gotta Move (2:32)
2. Rain is Such a Lonesome Sound (2:54)
3. I Got My Brand On You (3:51)
4. Spooky But Nice (3:02)
5. Keep Your Hands Off (2:33)
6. I Wanna Put a Tiger in Your Tank (2:57)
7. I Got My Mojo Working (3:14)
8. Finkle's Cafe (2:50)
9. Hoochie Coochie (3:07)
10. Down Town (3:03)
11. How Long, How Long, Blues (3:05)
12. I Thought I heard That Train Whistle Blow (2:24)
13. She Fooled Me (bônus) (2:22)
14. I'm Built For Comfort (bônus) (2:24)
15. Hoochie Coochie Man (bônus) (3:39)
16. Night Time is the Right Time (bônus) (4:23)
17. Everything She Needs (bônus) (2:23)
18. Up-Town (bônus) (2:30)
19. Blaydon Races (bônus) (2:20)

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Herbie Hancock - Blow Up Soundtrack - 1966

Quando Herbie Hancock estava a pleno vapor no celebrado Second Great Quintet de Miles Davis, compôs a primeira trilha sonora de sua carreira para o filme de Michelangelo Antonioni, Blow Up (Depois Daquele Beijo). Na época, 1966, o pianista já estava há três anos no quinteto, onde entrou em contato com (futuros) grandes nomes do jazz além de Davis, como Freddie Hubbard, responsável por um dos trompetes presentes nesse álbum. A menção ao grupo do qual Hancock participou durante cinco anos deve-se simplesmente ao quanto o compositor ganhou em termos de liberdade nos acordes ainda pouco utilizados no jazz feito até então. No disco, o que não falta são melodias tão bem construídas quanto executadas, começando com a música de abertura do filme – um pouco à lá Londres dos anos sessenta a despeito dos músicos americanos, tal como era de se esperar do primeiro filme em inglês de Antonioni – e, em faixas curtas no geral, conduzindo o ouvinte por uma trilha agradável e de altíssima qualidade. Blow Up, porém, não fica só em Herbie Hancock, o que por si só já é um bom motivo para acrescentar o álbum a qualquer acervo, mas na faixa catorze conta com The Yardbirds e sua versão para Train Kept A-Rollin', composta por Tiny Bradshaw mais de dez anos antes da intitulada Stroll On que aparece aqui e no final do filme, numa aparição dos Yardbirds em um clube. Destacar faixas em Blow Up talvez nem seja apropriado - nos créditos, tem também a banda Tomorrow - mas não há dúvidas de que a trilha sonora vale a aquisição.

Blow Up Soundtrack:
1. Main Title (Blow Up) (1:35)
2. Verushka (part one) (2:44)
3. Verushka (part two) (2:12)
4. The Naked Camera (3:25)
5. Bring Down The Birds (1:47)
6. Jane's Theme (5:05)
7. Stroll On - The Yardbirds (2:47)
8. The Thief (3:13)
9. The Kiss (4:16)
10. Curiosity (1:31)
11. Thomas Studies Photo (1:13)
12. The Bed (2:37)
13. End Title Blow Up (0:53)
14. Am I Glad To See You - Tomorrow (4:29)
15. Blow Up - Tomorrow (1:54)